A transformação digital como adaptação das organizações face à COVID-19

Os portugueses são indiscutivelmente excelentes na capacidade de adaptação. Esta característica tem ao longo dos anos demonstrado que não só nos focamos na solução mas também procuramos aprender e evoluir com ela.
As adversidades têm constituído uma base forte de evolução nas organizações. A procura constante de soluções faz com que consigamos ver muito para além do que é evidente no momento. Tivemos prova disso há bem pouco tempo na altura da crise de 2010 em que começamos a desenvolver aptidões que simplesmente estavam adormecidas.
A crise causada pela COVID-19 não é exceção e, como podemos constatar ao final de quase um ano de convivência com o vírus e as restrições inerentes, começamos naturalmente a realizar tarefas de forma adaptada que até à data eram tidas como de recurso. Refiro-me por exemplo a teletrabalho, a ensino à distância, compras online e todo um conjunto de atividades que fez acelerar o que se apresentava como inevitável tecnológica e ambientalmente urgente em realizar: a transformação digital das organizações. Nas empresas mais atentas decorre a digitalização de processos, onde acontece a transformação das operações, mecanismos e estratégias com o recurso às tecnologias da informação.
Embora muitas atividades possam ser desempenhadas em teletrabalho, existe um ramo da economia essencial para todos que está impossibilitado de o fazer, ou seja, o alimentar. Este âmbito engloba organizações do setor primário (com a agricultura em destaque), secundário (indústria alimentar) e terciário (distribuição alimentar). Neste domínio, a par dos profissionais de saúde, encontramos um conjunto de indivíduos que são imprescindíveis para a sociedade. Paralelamente à produção de bens alimentares, a segurança alimentar é um fator basilar em todo este processo onde o respetivo controlo e cumprimento das normas reafirma a sua importância.
Assim, a transformação digital está a ter um papel fundamental no decurso da segurança alimentar.
A RPL através do sistema ePack-Hygiene consegue equipar os atores da indústria alimentar desde as muito atingidas IPSS até à distribuição alimentar, passando pela restauração com um sistema de gestão de segurança alimentar completamente digitalizado, apresentando-se como uma ferramenta simples e prática que impulsiona a produtividade de toda a equipa.
O sistema de forma automática planeia, cria alertas para as tarefas em atraso e visualiza as futuras. Esta ferramenta de HACCP digital minimiza o contato e elimina a troca de papéis entre colaboradores, diminuindo os riscos de transmissão da Covid-19. Os estabelecimentos passam a fazer o controlo sem recorrer ao dossier de Segurança Alimentar em papel, começando a utilizar um equipamento facilmente higienizado e desinfetado. Com o ePack-Hygiene o controlo operacional é feito sem necessidade de deslocação aos estabelecimentos, proporcionando um acompanhamento simultâneo de vários espaços. A monitorização remota permite ainda a diminuição de custos de acompanhamento e deslocações. A adaptação à rotulagem no caso do take-away e o módulo de inspeção COVID-19 são exemplo da adaptação que o próprio sistema efetuou para dar resposta à demanda por parte de clientes empenhados em evoluir diariamente.
A tecnologia é certamente a grande ferramenta e o fator de inovação que potencia as oportunidades para as organizações nesta fase e as prepara para o período pós-pandémico que todos esperamos.
Autor: Rui Pedro Lima.